As primeiras vacas barrosãs que cooperaram no ecossistema do Montado do Freixo do Meio saíram do camião uma a uma à corda, doceis como um cão à trela. Vinham do Barroso, região de onde são originarias, à procura da sua sobrevivência. O abandono continuo das aldeias não permitia continuar uma relação até então perpetua visto tratar-se do primeiro bovino europeu domesticado a partir do Auroque Bos, bovino selvagem europeu extinto pelo Homem. A bela armação em forma de Lira e o desenho dos olhos não deixam dúvidas.

Aqui, as primeiras seis vacas originais não só se adaptaram extraordinariamente ao meio (alimento natural, água, meteorologia) como passaram a desempenhar serviços nos ecossistemas muito mais diversificados e interessantes que as vacas de raça Mertolenga que até então habitavam o Freixo do Meio.

Em 2000 decidimos, por essa razão, continuar apenas com animais de raça Barrosã, constituindo nesse ano um núcleo puro. A vacada Barrosã do Montado do Freixo do Meio é formada por 85 vacas, 10 novilhas de substituição, 2 touros, 35 bezerros com as mães, 25 bezerros desmamados. A regulação dos efetivos e consequente destino do produto resultante como alimento, resulta da função de reprodução, fundamental, entre outras, para a continuidade das espécies. Os excedentes resultantes da vacada são um vitelão por semana (60-65 ano)  e uma vaca por mês (10 ano).

Desde 2000 a vacada  é explorada integralmente em Agricultura Biológica, a partir de 2010 em Agricultura Biodinâmica e desde 2018 aplicando os princípios do maneio holístico desenvolvido por Allan Savory. A alimentação dos animais é exclusivamente  feita com fibras vegetais maioritariamente produzidas por nós. Em determinadas alturas do ano é muito importante suplementar os animais com ração, e também quando os temos na fase de acabamento nos currais. Essas rações para os ruminantes são em grande parte constituídas por Luzerna, o que também é uma fibra vegetal, porém também tem cereais na sua constituição.

Apesar de esforços há décadas junto das autoridades competentes, não conseguimos sacrificar os nossos animais no Montado do Freixo do Meio, tendo de transportá-los 80 km para o Matadouro da Stec Raporal, no Montijo. As carcaças voltam às nossas instalações no regresso das entregas,  sendo processadas na unidade de transformação de carne nos seguintes produtos alimentares:

• Carne de vitelão em peças
• Carne picada e hambúrgueres
• Carne de vaca maturada
• Salsichas Frankfurter
• Salsichas do Freixo
• Empada de vitelão
• Caldo de ossos