Movidos pela evidência do distanciamento que este sistema apresenta de fatores-chave do sistema natural, como a estratificação das árvores e a sucessão natural, em 2017, organizámos no Freixo do Meio uma reflexão internacional e coletiva sob o tema “Novo Montado” de que resultou uma estratégia clara quanto ao caminho a seguir na construção futura de uma relação com o sistema natural mais dignificante para todos os envolvidos.
A esse caminho demos o nome de Novo Montado XXI. Trata-se fundamentalmente da ideia de estruturar a relação com o espaço a partir de um eixo primordial — a floresta estratificada de sucessão dinâmica. Este conceito foi introduzido no Montado do Freixo do Meio por Ernst Götsch em 2018. Esta visão constitui um marco fundamental na abordagem “agrícola” ao aproximar o homem da realidade natural da sucessão dos ecossistemas, bem como de outros fundamentos básicos.
Os sistemas agroflorestais de sucessão são ecossistemas dinâmicos com inclusão permanente do homem, das árvores, das plantas primárias, dos animais, bem como de todos os outros seres dos diferentes reinos, que ali possam desempenhar as funções requeridas pelo sistema, por forma a que este evolua e permita, no seu último estádio de clímax (abundância), a utilização dos excedentes por toda a comunidade sem condicionar a sua dinâmica natural.
Hoje as agroflorestas de sucessão ocupam 5 ha junto do Monte do Freixo do Meio. Excedentes como hortícolas, morangos, limões, plantas silvestres e cogumelos contribuem já, significativamente, para a nossa oferta de alimentos.
O Freixo do Meio tem vindo a recuperar a tradição de incluir estes produtos na alimentação